A infelicidade é um estado de inconsciência. As pessoas vivem em sofrimento. Nós somos infelizes porque não estamos cientes do que fazemos, do que pensamos, do que sentimos.
A ação vai para um lado, o pensamento para outro, o sentimento está noutro lugar. Continuamos a desintegrar-nos, tornamo-nos cada vez mais fragmentados. Isso é a infelicidade - perdemos integração, perdemos unidade. E, naturalmente, uma vida que não é harmoniosa será infeliz, um fardo a carregar, um sofrimento.
Existem apenas duas formas de escapar a isto. As pessoas podem tornar-se meditadores - estando alerta, cientes, conscientes ... o que exige coragem. Ou a forma mais fácil que consiste em arranjar algo que possa deixá-la ainda mais inconsciente do que está, de modo a não conseguir sentir a infelicidade. Arranjar alguma coisa que a torne completamente insensível, algum tóxico, algum analgésico que a deixe tão inconsciente que consiga embrenhar-se nessa inconsciência e esquecer toda a sua ansiedade, angústia, falta de sentido.
A segunda forma não é a verdadeira. A segunda forma só torna o seu sofrimento um pouco mais confortável, tolerável, um pouco mais conveniente. Mas não ajuda - não o transforma.
A única transformação acontece pela meditação, porque a meditação é o único método que o torna ciente.
Não há necessidade de se adaptar ao sofrimento; há sim, a possibilidade de se libertar inteiramente do sofrimento. Só que o caminho é um desafio. É preciso que se torne ciente do seu corpo e daquilo que está a fazer com ele ...
O primeiro passo para a consciência consiste em ser vigilante com o seu corpo. Lentamente, fica-se alerta de cada gesto, de cada movimento. E há medida que você se torna ciente um milagre começa a acontecer: muitas coisas que antes costumava fazer simplesmente desaparecerão. O seu corpo fica mais relaxado e harmonizado. Uma paz profunda começa a prevalecer no seu corpo.
A seguir, você começa a tornar-se ciente dos seus pensamentos. Eles são mais subtis do que o corpo e, claro, mais perigosos também. E quando você se torna ciente dos seus pensamentos, fica surpreendido com o que se passa dentro de si. Se tomar nota de tudo o que se passa em determinado momento, terá uma grande surpresa. O próprio fenómeno de o observar, modifica-o. Lentamente, os pensamentos começam a entrar num certo padrão: o seu caos deixa de existir. E, novamente, uma paz mais profunda prevalece.
E quando o seu corpo e a sua mente estiverem em paz, você verá que eles também estão em harmonia um com o outro, que existe uma ponte. Pela primeira vez existe uma consonância e essa consonância é uma ótima ajuda para trabalhar no terceiro passo - isto é, tornar-se ciente dos seus sentimentos, emoções, estados de espírito. Necessitará de uma consciência um pouco mais intensa à medida que começar a refletir sobre os seus estados de espírito, as suas emoções, os seus sentimentos.
Assim que estiver ciente destes três passos, todos eles associarão num mesmo fenómeno. E quando os três forem um só, atuando juntos na perfeição, então o quarto passo acontecerá. A derradeira consciência que faz de alguém um desperto.
E só nesse despertar o corpo conhece o prazer, a mente conhece a felicidade, o coração conhece a alegria.
Fonte: Livro "Consciência: A Chave para viver em Equlíbrio", Osho, Bertrand Editora
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